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30 de jul. de 2010

Merda: todo mundo faz

Momento desabafo no ciberespaço

Pois muito bem. Todo mundo erra nessa vida. Mas esse total estado de desespero em que me encontro, por querer sair do trabalho atual, acaba de me fazer cometer um puta de um erro – não tem outra explicação, eu preciso acreditar nisso. Veja bem, sou muito comprometida com o que faço, não sou de deixar passar deslizes... Por isso mesmo estou em estado de choque. Essa minha de hoje foi demais, vou ter que relatar aqui.

Em primeiro lugar, sou uma jornalista responsável pela assessoria de comunicação da instituição em que presto serviço. Leia-se assessora de comunicação por: escolher pautas, apurar, redigir, revisar e editar (SOZINHA) um jornal mensal e uma revista trimestral; atualizar o site diariamente, com clippings, matérias, informações institucionais e publicação e edição de fotos (SOZINHA); fotografar com equipamento profissional, sem contar a edição e o tratamento das fotos (SOZINHA); fora a linha “assessora de imprensa” que eu tenho que fazer de vez em quando.

Pois vou contar agora a grande merda que fiz hoje. Dediquei uma página inteira do jornal (formato tablóide) para uma matéria de denúncia contra uma empresa aérea. Apuração: ok. Redação: ok. Revisão... Bem, estaria tudo perfeito, se não fosse um pequenino detalhe. Eu simplesmente – por motivos que estão distantes de minha compreensão humana – TROQUEI o nome da empresa. É, é isso mesmo, eu troqueeeei o nome da empresa.

Preciso citar as complicações jurídicas que um “singelo equívoco” como esse poderia causar para minha querida contratante? Bem, o jornal que ia ser distribuído em TODO O BRASIL simplesmente foi recolhido e vai ser RODADO DE NOVO, com essa correçãozinha. Nem é necessário dizer que minha chefe pretende com todas as forças da alma dela comer o meu fígado, já mole devido ao excesso de líquido etílico ingerido nos finais de semana.

Enfim... Freud explicaria que esse foi só um aviso do meu subconsciente: “toma vergonha na cara e vai buscar um trabalho que realmente te deixe feliz”. Para minha sorte, eu já comecei a procurar há duas semanas. Mas, pelo amoooooooooor, se alguém quiser me oferecer qualquer coisa - em que eu trabalhe escrevendo, que é o que mais amo – me avise. Aceito com muito agrado, só para sair desse ostracismo em que me encontro nesse momento. É é isso mesmo, estou usando o blog para um “momentinho jabá”.

Ah, e é claro, prometo não fazer tamanha merda novamente. Afinal, trabalho aqui há três anos, não vamos me crucificar pelo meu primeiro – e gigante – lapso.

29 de jul. de 2010

Mulheres que voam

           

28 de jul. de 2010

Madagascar


Deve ser bom se despedir assim, sem lembranças. Não ter fotos para recordar momentos felizes, não guardar cartas com palavras e juras de amor.

Ter a certeza de que tudo o que foi feito estava certo. Ser dono da verdade absoluta.
Deve ser bom ser assim. Se esconder atrás do passado para não chorar no presente.

Ter medo e não fazer nenhum esforço para ir adiante, mas sim se acomodar ali, em posição fetal, num lugar qualquer do quarto escuro.

Partilhar sonhos que nunca foram os seus de verdade, não se mobilizar pelo outro, usar a preservação da intimidade para não se entegrar à vida dele.

É mais confortável, é mais fácil.

Eu preferi ser intensa. E sou assim: choro, faço escândalo, falo merda...
Mas sempre sigo o meu coração de verdade.
Chamo de amigos os que lhe são caros, entrego-me totalmente.
Esforço-me para agradar, mesmo que não possa sempre abraçar o mundo.
E erro. Erro muito. Já tomei muita porrada, já cheguei ao fundo do poço,
já implorei para que ficasse.

Talvez fosse melhor queimar as fotos, rasgar as cartas, encher a cara e esquecer meu amor.
Mas eu também não fujo. Nem do amor, nem da dor.

E isso ninguém pode dizer que é mentira.

Mar


Ela sempre sonhou com o mar em ressaca, ondas intempestivas que invadiam territórios mais remotos. E mesmo com a maré em cólera, algumas vezes entrava na água, se aventurava no sal. Outras, apenas deixava que a espuma tocasse de leve seus pés presos à areia. Mesmo quando não mergulhava, bastava saber que estava lá. Tanto fazia uma tempestade ou um rasgado azul. Mas hoje, quando olha para a costa, enxerga apenas um tapete com sutis ondulações que refletem o céu. E vê sem mistério um horizonte apático, sem sinais de variação. Onde está a fúria em meio a grandeza de todo esse líquido, que muda de cor a cada hora do dia? Que se foda. Ela vai viajar por todas as praias, até reencontrar seu mar.

27 de jul. de 2010

Singelo mimo que recebemos de um de nossos leitores

  Ressaca


Absinto-me
sozinho.

Campari é companhia.

Pinga em gotas
a solidão
amarga & adstringente.

Afogo-me no fog
dos cigarros
neon fere a escuridão.

Interna e externa
mente.




Ricardo Mainieri
http://mainieri.blogspot.com/

26 de jul. de 2010

Mensagem do dia

 

"Nós que passamos apressados 
pelas ruas da cidade 
merecemos ver as letras 
e as palavras de Girauteza..."

By Fred Girauta
http://www.triagem.blogspot.com/

23 de jul. de 2010

Joia rara ao luar


Ela, (minha mãe), e eu, vínhamos caminhando e trocando prosa, numa rua deserta de noite de lua alta e brilhante, dessas que a gente fica até feliz por estar vivo.
Parecia cenário de filme romântico, mas era uma coisa mais família, eu e ela, conversando sobre a importância do núcleo familiar estar unido para enfrentar grandes desafios.
Num ímpeto argucioso e com sua alta higiene mental em dia, minha mãe grita em alto e bom som:
- Filha, olha, é uma pulseirinha, ali filha, no chão!
Fiquei olhando para onde o dedo da minha velha apontava. Reparei um circulo grosso e brilhante, reluzente. Fiquei na minha.
Audaciosa como ela só, e foi assim por toda vida, minha mãe abaixou para resgatar do asfalto, aquele mimo de joia que os céus havia dado para nós, mulheres vaidosas e precisadas.
Mamy agachou “na chôn” e passou os dedos pela pulseirinha que ao mesmo tempo reluzia um brilho de cristais swarovski.
Voltou do chão sem nada nas mãos, com uma cara de quem repudiava o ato.
Olhou pra mim e bravejou com toda sua indignação:
- É catarro filha!
Os dedos melados de muco pulmonar comprovaram, era catarro mesmo e dos bem grossos.

22 de jul. de 2010

Coisas que encontramos na Internet

Confesso que eu ri, mas ri muito, com a seguinte definição que encontrei em um dos meus passeios pelo ciberespaço (na verdade estou procurando um novo emprego, não aguento mais ficar onde estou).

Jornalista e ética
Ética é fundamental para os jornalistas. Por tanto, quando um editor pedir, sutilmente, para que seja tendêncioso em uma matéria, diga NÃO, seja demitido, escreva um blog e seja feliz.

Para os coleguinhas que como eu, tiveram o infortúnio de escolher essa gratificante profissão, fica o link da página. Garanto algumas risadas.

http://desciclo.pedia.ws/wiki/Jornalista

21 de jul. de 2010

“Literatura” de autoajuda

Chamem-me de preconceituosa. Foda-se. Sou apaixonada demais pela literatura para me submeter às categorias mais conhecidas como “autoajuda”. Aqueles livrinhos mixurucas de bolso, que te ensinam como ganhar dinheiro, como ser feliz sem dinheiro, como fazer amigos, como trepar todas as noites, como tirar a porra da unha encravada do dedão do pé esquerdo e por aí vai.

Vou explicar o porquê de tamanha hostilidade. Em primeiro lugar, esses livros abstraem totalmente o individualismo e tratam os leitores como se fossem uns bonequinhos industrializados. Intertextualidade? Esquece isso. Todo mundo é igual, sujeito à situações iguais, tão medíocres como as relatadas nesses singelos impressos. Te vêem como uma suntuosa pasta de porcaria alienada e massificada, e você não só acha muito legal, como paga para isso.

Ensinam como seguir um modelo, como você deve fazer para se vender; tentam te transformar em um produto pronto para ser colocado na prateleira ao término da instruída leitura. Pois muito bem. Esse rompante anti-sistema-capitalista-industrial-contra-cultura-de-massa-sei-lá-mais-o-que-das-quantas se deu por um único motivo. E juro que tentarei ser breve.

“Ele simplesmente não está a fim de você”
Após terminar meu último livro, comecei a fuçar desesperadamente minha estante em busca de um novo passatempo literário, ao que descobri que não havia nada de novo – ainda nessa semana vou aumentar meu acervo. Eis que encontro bem num cantinho um exemplar intitulado “Ele simplesmente não está a fim de você”.

Ok, pensei, deve ser da minha irmã. Como já haviam me falado de um filme com esse título, e eu não estava fazendo porcaria nenhuma mesmo, resolvi tentar ler para ver qual era. Afinal, conversei comigo mesma, vamos quebrar os estereótipos que você cria, abrir a mente e ver o que isso aqui tem de novo para oferecer. Tudo bem, eu já imaginava que não iria gostar, pelos mesmos motivos citados no início deste post. Mas aquilo ali já é sacanagem.

O narcisista egocêntrico do escritor – que ao que me parece deve ter empurrado em tudo que é buraco quentinho quando solteiro – simplesmente MANDA que você NUNCA tome iniciativa. Traduzindo: NUNCA demonstre que está a fim de um cara e comporte-se como uma típica moçoila do tempo das cavernas, que espera com o rabo sentado um macho viril chegar com seu enorme falo e dar uma bela de uma marretada bem no meio dos seus cornos, como singela demonstração de afeição.

“Se ele realmente estivesse a fim de você, ele tomaria iniciativa”. Insegurança? Falta de oportunidade? Timidez? Nãaaaao, minhas caras. Para ele, essas palavras simplesmente não existem no dicionário do homem moderno. A possibilidade de você se interessar por um cara que nunca sequer olhou para sua fuça e tentar partir para conquista, mostrando o quão interessante você é, nem preciso dizer que simplesmente não existe. E seu eu gostar do mesmo sexo, como faço?

Não que eu seja muito descolada – sou a mais completa pamonha na arte da sedução. Porém, isso não me impediu que diante de tal doutrina incontestável eu mandasse o digníssimo autor para a puta que o pariu.Você pode até me dizer que esse tipo de leitura já te ajudou muito. Você arrumou marido, arranjou namorada, trocou de profissão, descobriu como combinar aquele bolerinho em cachemire que parecia não ficar bem com nada. Sinceramente, acredito que você ganharia muito mais lendo algo que prestasse ou passando o tempo com atividades mais saudáveis.

Mas é claro, esse é só o ponto de vista de quem acredita que cada um tem uma percepção diferente da vida. Bobagem.

Pequeno parágrafo sobre a minha não-cegueira.

Dizem que o amor é cego. O meu enxerga, e muito bem. Meu amor é livre, é forte e intenso. E exagerado! Mas não é fulgaz, nem é apenas paixão passageira. É fogo, arde, arrebata. Em um só enlace, me abraça e envolve, e eu já não quero mais ir embora. O amor não é algo concreto, fixo e imutável. Ao contrário, ele é maleável, se derrete frente à declarações, cede e é feliz ao saber que é livre. Liberdade. Voltamos à ela. Para mim, não existe amor sem liberdade. Liberdade para tomar decisões, para fazer planos, para se entregar à vida. Liberdade é escolha. Ser livre para casar, para amar, para ter uma família. Liberdade para ter amigos, para não renunciar a eles. Para não ter amarras, não se prender. Livre para não se render ao que dizem os mais velhos. Pequenas sensações diárias de liberdade, que só fortalecem o amor. Só pode amar completamente quem o faz por escolha. Livre e consciente. E eu sou livre.

17 de jul. de 2010

ontem

sozinha por natureza
e fado enfadado
chorei tanto, mas tanto...
queimei as reservas
de esperança
solucei meus desgostos
presos na minha garganta,
enquanto a água salgada
cegava meus os olhos,
senti pena de mim
desistida no chão
do banheiro sujo da casa,
único lugar que me acolhe


*inspirado em mim e na canção "bastidores" do chico, interpretada pela tia cauby

14 de jul. de 2010

Sem rumo

Mais um dia ela sai. Seu corpo exala doce perfume, aromas das mais caras essências. Cabelo impecável, maquiagem perfeita, roupa que valoriza curvas admiráveis, sem ser vulgar. Mesmo escondida de si...

...ela sai. Vai ao encontro de quem sequer conhece, deixa que entrem em seu corpo para cumprir uma cláusula contratual. Ela é um universo inteiro de sentimentos, recordações, sensações. Mas para os que sentem e penetram sua carne hoje, ela é apenas mais uma bela e conveniente presença, pronta para saciar prazeres ininteligíveis.

Então, como todas as noites, ela sai, sem sequer saber bem o porquê. Para encontrar seu caminho, ou se perder totalmente... Sai apenas para saber que tem um apartamento para voltar, ou ter a certeza de que não há lugar algum para ir.

Ela chora? Por qual motivo?
Prostitutas também querem um caminho.

13 de jul. de 2010

Ele não é assim


Ele seguia insistindo, mesmo com 20 garrafas vazias à mesa, que ele “não era assim”. Falou para cada presente, fazendo questão de explicar o tempo todo que aquela não era uma situação corriqueira e por isso o comportamento bizarro.

Afirmou que não esquece das coisas, que não enche a paciência de ninguém, que não comeu pastéis da última vez, que não escreve coisas desconexas, que não era um radical. Ele não era assim, como é que pode meudeusdocéu?

“Como é que se pode assassinar assim a reputação de uma pessoa?” bradava ele, indignado.

Eu e todos os presentes à mesa tínhamos certeza de que ele era sim tudo aquilo que estava fazendo questão de negar (até cheguei a pensar que talvez ele estivesse certo, devido ao meu escasso convívio ultimamente, mas não).

Talvez essa tal “situação adversa” tenha trazido à tona todas as verdades sobre ele mesmo para ele mesmo – e isso o deixou chocado. Uma vítima, coitadinho.

No fim, disse que precisava resolver umas questões em sua cabeça e que, para isso, talvez procurasse a ajuda de um analista - em Copacabana, claro. Na próxima vez ele vai dizer que não falou nada disso, porque, afinal, ele não é assim.

Digo então, categoricamente, que, sendo assim, você é assim sim. E espero que siga sendo.
E ontem não choveu*

*Seguindo a tendência de mensagens desconexas.

Não Somos



Desde que nascemos...   

A sociedade criou milhões de micro facções homogêneas para que fôssemos flexíveis e simplificados. O marketing veio para fazer classificações e tornou as pessoas iguais dentro delas, facilitando a identificação do alvo.
As rádios, as lojas, as festas, a TV e todo o resto foram feitos para uma massa só. Mas dela não fazemos parte.
Somos os pontos de bolor na fruta fresca, somos os insetos vivos boiando na água. Somos a exceção, o mal visto e apresentado como incômodo, simplesmente por ser ininteligível.
Ninguém vai poder nos etiquetar, ou nos abranger. Não existe nome científico para nós no catálogo da biogenética.
Não existe uma revista de pessoas nuas ou filmes pornô dos quais sejamos público alvo. Nosso sexo é inimaginável. Não existe teatro ou partido político para nós, somos irretratáveis e indomesticáveis. E mesmo entre nós não nos encaixamos. Somos universos à parte, dentro de nós mesmos. Somos qualquer coisa, o absorto, o notório.
Somos  hypadas, bokitas, bafônicas, edizeiras do ilêauê, as lokas do fubazê, terêrê, arerê... Não nascemos pequenas e não seremos obrigadas. 

Mas também não somos!

12 de jul. de 2010

Vingancinha

Não sou uma pessoa adepta à vingança, mas oportunidades ímpares não devem ser desperdiçadas. Vou explicar qual adversidade da vida causou tamanha amargura em meu frágil coraçãozinho e exigiu breve revanche de minha parte. Os que acompanham nesse blog minhas extravagâncias sexuais nem sempre consumadas vão se lembrar de uma amiga que já foi citada aqui, muito presente em algumas de minhas audaciosas estripulias.

Pois bem. Aquela alma sem luz, assim como eu, também é afeita a um pau amigo. Não, eu não sou a única que sofre dessa síndrome digna de tratamento psiquiátrico. Felizmente, no atual momento ela anda dando mais do que chuchu na serra, mas nem sempre choveu tão bem assim na horta da pobrezinha.

Em um passado não muito longínquo, quando ela ficava muito tempo sem levar uma bela de uma chapuletada, o fazia? Recorria a um grande amigo nosso, Jose Cuervo. Aquele mesmo espírito de porco que publicou aqui o peculiar episódio da rapariga que ficou careca durante a trepada.

Referências à parte, na época das vacas magras dessa minha amiga, eis que saímos nós três, e na hora de me deixarem em casa, fui bem direta ao ponto: “Façam-me o favor de não fuderem na porta da minha casa, porra”. Não deu outra... Aqueles putos ficaram uma boa parte da madrugada em frente ao meu lar, com o ar do carro ligado, transando feitos uns bichos no cio, e ainda tiveram a ousadia de jogar em minha porta a camisinha usada.

Hora da retaliação. Nesse final de semana, dei-lhe uma forte cruzada com minha marmitinha sabor lasanha, meu querido amigo, vulgo Sr. Blindex. Já eram aproximadamente 7hs da manhã quando ele estava me deixando em casa, ao que resolvi que o ato do coito não deveria ser terminado, afinal, eu ainda queria dar mais. Aliás, quero abrir um parênteses e elogiar o belo desempenho do meu quebra-galho-oficial: amigo, sensacional, sua performance merece meus parabéns.

Voltando ao tópico principal. Não tínhamos para aonde ir. Logo, pedi que ele ligasse para o Jose Cuervo e informasse que nós iríamos fazer uma sacanagenzinha de leve na casa dele. Conhecendo aquele sujo como conheço, eu tinha certeza de que ele devia estar acordado comendo alguma menininha arranjada na noite anterior, nessas boemias saudáveis da vida.

Para minha pouca fortuna, ele não estava no melhor de seus dias e deu apenas uma lapada de leve na jovenzinha que carregou para sua humilde residência. Ou seja, já estava no quinquagésimo sonho quando telefonamos. Sendo assim, como encontraríamos outro ninho de amor para consumar nossas carnais necessidades?

Eis que tive uma brilhante ideia. Decidi que eu ia fuder em frente a casa daquela viada da minha amiga. Com o dia já claro e os rouxinóis cantando, fiz meu comedor parar o carro na porta dela e comecei a berrar pelo Nextel: “Amigaaaaaa! Estou transando na sua porta, acorda, acordaaaaaaaa!”. Meu amigo tentava recomeçar nosso sexo, enquanto eu tentava insanamente fazer aquela filha da puta me ouvir. Ela tinha que saber o que estava ocorrendo.

Bem, ela não escutou, o que não me impediu de dar. E eu dei. Ah, mas dei, dei muito. Dia claro, crianças e velhinhos transitando pela rua, e eu feliz da vida, dando à vida toda. Apenas horas depois ela ficou sabendo de minha ousadia, o que não a impediu de soltar um belo de um “filha da puta, você fudeu na porta da minha casa com o dia já claro????”. Há-há, e muito, querida.

Confesso que eu queria ter feito ainda bem mais, porém, as condições não estavam propícias e eu tive que encerrar minhas atividades do dia. Terminei “a noite de sábado” me alimentando na padaria de minha rua, às 9hs da manhã de domingo. Feliz da vida, já avisei ao Jose Cuervo que minha próxima transada vai ser na porta dele. Com direito à camisinha usada no chão e tudo mais.

8 de jul. de 2010

Esperar pra quê?

Recebi hoje um daqueles e-mails com um conto bonitinho, dos que dão uma lição de moral no final. E qual era a frase tema da dita estorinha? “Deixe a raiva secar”. Pro caralho. Não sei vocês, mas já sou uma pessoa desequilibrada por natureza, que dificilmente consegue se segurar quando está emputecida das calças. Se tiver bebido então, F-U-D-E-U.

Quando me irrito, não tem essa de esperar um pouco os ânimos acalmarem para acabar não tomando atitudes precipitadas. Quebro o pau mesmo - por “quebrar pau”, leia-se discutir-berrando-feito-uma-insana-descontrolada. Até porque, do jeito que sou mongol, se algum dia eu inventar de brigar levo muita porrada.

Aproveitando, quero parabenizar todos aqueles que conseguem se conter diante de um rompante de ódio no coração. Mas, por experiência própria, prefiro aproveitar o surto para vomitar de uma vez tudo o que me incomoda (mesmo sendo injusta algumas vezes), do que empurrar o que sinto goela abaixo e não conseguir expressar depois com a mesma “intensa paixão” o quanto determinada atitude me incomodou.

Então, moral da minha história: “Quem engole sapo pode morrer entalado”. E tenho dito.

7 de jul. de 2010

Jealous


Já dizia a música: o ciúme dói nos cotovelos. Rói os ossos, cada víscera. E é inerente a todos que amam. É insuportável. Uns podem dizer que não o sentem. Mas o fundo, lá no cantinho do nosso coração, o ciúme fica quietinho. Mesmo que manso, vez em quando acorda para nos lembrar de que também somos frágeis e inseguros, nem que seja um pouco.
Particularmente, esta que vos fala odeia este sentimento e tenta não demonstrá-lo. Há pessoas que julgam insensíveis os que não demonstram sentir ciúmes. Muitas amigas me dizem que é melhor uma demonstração "saudável" de ciúmes (isso existe?) do que um deserto de sentimentos. Eu prefiro o silêncio. Não quero encher a cabeça dos outros. Mas é foda!
Vai dizer que você nunca sentiu ciúmes daquela coleguinha de faculdade do seu namorado ou namorada? Do amigão do trabalho da sua gata? IM-POS-SÍ-VEL. É sério. O ciúme tem caráter instintivo e natural e pode sim evoluir para doença. Não é o caso da maioria.
Confesso que lágrimas já rolaram do meu rosto por simples mensagens carinhosas, que podiam ou não conter algo a mais. O inferno das redes sociais me levam à loucura! Não tenho paciência, nem vocação para detetive, mas é um saco ver quando tem gente de olho no seu pirão. Ah se é!
E aí eu pergunto: o que fazer, G-zuz? Manter a calma? Fazer a Vivian de Sorocaba?
Só sei que o ciúme certas vezes me consome. E escrevo para todos para não dizer à uma pessoa só.

Quero dar pro Lenine!

mesmo que ele tenha pele oleosa... 




quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenine.quero dar pro lenineeeeeeeeeeeeeeeee!

2 de jul. de 2010

Recordações juvenis


Em uma dessas conversinhas de boteco, em que como resultado do elevado nível de cachaça caímos na sessão nostalgia, tive um papo divertido com algumas meninas. Meninas, não. Mulheres feitas, muitas delas com filhos, algumas já na casa dos trinta. Enfim, o papo que rolou à mesa foi “como aconteceu nosso primeiro beijo”.

O mais engraçado, é que mesmo sem termos trocado figurinha com as amigas durante o final da infância ou começo da adolescência, todas (digo TODAS) fizemos a mesma coisa: treinamos – e muito – o beijo na mão, com medo de fazer feio com o futuro, digamos, mini príncipe encantado.

Outro de nossos feitos infanto-juvenis que provocou crises de gargalhada, foi a recordação das leituras que fazíamos. Todas nós comprávamos aquelas revistas que ensinavam como dar o primeiro beijo.

Ficávamos desesperadas e fazíamos testes e mais testes que eram publicados, tentávamos pegar gelo no copo cheio de água, entre outras gracinhas que me fazem sentir uma pontada de saudades da época em que, pelo menos para mim, não havia maldade. Minha única preocupação era tirar uma boa nota na escola.

Meu primeiro beijo, para variar, foi com meu melhor amigo. E para variar, todas as minhas amigas já tinham beijado, menos eu (o que para muita gente era um absurdo, pois sempre fui grandona e aparentei ser bem mais velha). Eu tinha 13 anos, ele estava com 18.

Para se ter noção da minha inocência (ou lerdeza, mongoloidice, chame como quiser), ele já vinha tentando se declarar fazia tempo, e eu sequer desconfiava. Vivia falando que estava gostando de uma menina, mas que não podia me contar quem era, porque senão a garota ia saber.

Em vez de desconfiar que a dita cuja fosse a pessoa que escreve esse texto, eu simplesmente ficava revoltada, dizendo que como melhor amiga dele, era um absurdo ele não confiar em mim. Acreditam? No dia que ele resolveu me revelar quem era a tal que tanto falava, pediu que ficássemos sozinhos, porque não queria ser interrompido por nossos amigos. Então, fomos para o terraço da minha casa.

Eu perguntava, perguntava, e ele sempre me dava a mesma resposta. Quando horas depois (enfim!) percebi que na verdade ele falava de mim, entrei em pânico. Fiquei imaginando como seria se ele me contasse e eu ficasse olhando para ele com cara de bocó. Tentei dizer que se ele preferisse, poderia falar outro dia, mas já era tarde.

Como em uma típica cena de cinema, ele falou: “É melhor eu não falar, mas fazer”, e me lascou um beijão hollywoodiano. Bem, se tivesse sido filmado, não seria uma cena muito bonita de se ver. Eu fiquei tão chocada com aquilo tudo que simplesmente não me mexi. Até eu entender o que estava acontecendo e começar a beijar, foram aí uns longos segundos.

A única diferença entre as meninas da minha idade e eu, foi a de que isso não abalou meu coraçãozinho (que já naquela época dava sinais de insanidade plena e necessidade de nenhum apego). Fiquei com ele mais outras duas ou três vezes, e depois de um tempo, perdemos contato.

Podem me chamar de brega, cafona, do que quiserem. Mas apesar de sequer saber por onde anda o meu ex-melhor amigo (que diga-se de passagem, era irmão mais velho do menino por quem eu era apaixonadinha – como em uma típica novela mexicana), fico feliz por meu primeiro beijo ter sido dele. Coisas de menina bobinha que um dia fui, e hoje sinto saudades.