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30 de abr. de 2011

Lista de metas para 2011


Parar de beber
Emagrecer 7 quilos
Aprender a cozinhar
Viajar para Xêxenia
Dar para um cavalo (zoofilia, para quem não entende o sentido do verbo dar)
Correr nua pelo Centro da Cidade, em plena hora do rush
Mergulhar em uma tigela gigante de chocolate derretido
Quebrar meu próprio recorde e tomar sozinha uma garrafa de tequila, em 8 minutos
Tomar banho no chafariz do shopping
Conseguir encostar o calcanhar no pescoço
Ter aulas de lambada, a dança proibida
Estudar o kama Sutra
Montar um negócio de vendas de sacolé de coco
Comprar uma máquina de cappuccino
Consertar a bica da laje, para poder me refrescar enquanto bronzeio o corpinho
Fazer um ensaio de fotos muy sexy
Tomar banho de chuva nua
Mergulhar no mar de Copacabana nua
Cavalgar em um cavalo premiado, totalmente nua
Me apaixonar, quem sabe?
Aprender a dirigir
Parar de reclamar da vida
Aceitar a responsabilidade sobre minhas escolhas
Definitivamente, parar de beber

22 de abr. de 2011

Relatos de uma puta assumida


Sou uma prostituta de espírito empreendedor. O mercado é competitivo. Muita mão-de-obra barata. Mas a demanda é excessiva e eu sei exatamente qual é o meu público alvo. Tenho em meu currículo alguns extras que me tornam referência nesse nicho. E foda-se se levei um pé na bunda do garotinho por quem fui apaixonada na escola. Foda-se se levei porrada dos meus dois ex-namorados. Foda-se se sofri abuso sexual na infância. Não vou ficar aqui buscando um discurso que justifique minha produtiva profissão, em que mercantilizo meu corpo segundo os padrões capitalistas e as máximas do marketing. Prefiro fumar minha maconha, enquanto leio Lévi-Strauss. Sou uma puta intelectual, com inclinações ao estudo antropológico. Ajuda muito no meu trabalho.

Gosto de fazer sexo. Da minha buceta molhada nem sei quantos já sentiram o gosto. Sempre dizem que sou muito gostosa, tem algo de adocicado no meu gozo. Fico excitada com muita facilidade. Apesar de ser totalmente profissional, trabalhar para mim sempre foi um prazer. Só lamento ter que usar camisinha. Gosto de sentir o esperma invadir meu útero, enquanto o cliente berra de prazer na sua ejaculação. É gostoso. Minhas tendências utópicas se resumem em sonhar com um mundo onde as doenças sexualmente transmissíveis não mais existam. Gosto da sensação do penetrar na pele, esfregando dentro de mim. Sinto cada veia dilatar, cada momento com precisão.

Sonho em me casar um dia, assim, de véu e grinalda, a porra toda, em uma dessas igrejas católicas bem caretas e convencionais. A cultura me afeta, o que posso fazer? Pedidos eu já tive aos montes. Mas nunca encontrei alguém que aceitasse minha única condição: “Benzinho, não vou deixar de ser puta só porque estou casada. Prezo pela independência financeira da mulher, e dar é o que sei fazer de melhor, você sabe”.

Simone Beauvoir disse que não se nasce mulher. Torna-se. Pois eu já sou puta desde que me entendo por gente. Gostava de me sarrar na quina do sofá, enquanto assistia filmes de sacanagem escondida da vovó. Adorava tocar um punhetinha para meu priminho mais velho, no fulgor da inocência infantil. “Luz da minha vida, é que eu preciso entender esse papo de Freud, essa tal de inveja do pênis. Deixa eu pegar nele só mais um pouquinho, vai? É tão bom... se eu não tenho um só para mim, por favor, deixa eu brincar com o seu?”. Fui eu que fiz com que ele gozasse pela primeira vez. No início, o líquido vinha bem ralinho. Mas quando começou a ficar pastoso, com um cheiro forte, do jeito que eu gosto, passei a engolir tudinho, de uma vez só. Ai... saudades da minha doce infância.

Depois que meu priminho se mudou, comecei a expandir meus horizontes com Mariazinha, uma jovenzinha que conheci na missa. Uma santa, aquela menina. Queria ser freira. Tocava em mim uma siririca como ninguém. A sacanagem que rolava entre a gente – que às vezes contava com a ilustre participação do coroinha da igreja – fez com que a pobrezinha entrasse em crise existencial. Apresentei a ela Nietzsche. “Flor do campo, você é uma super-mulher. Esqueça essa baboseira toda, deus está morto”. Depois disso, ela incorporou o existencialismo sartreano e mandou às favas a moral religiosa. “Mas meu docinho de coco”, dizia eu, “Sartre não era contra a moral e os bons costumes”. Ela dava aquele sorrisinho de safada e respondia “Mas minha bucetinha de ouro, desde quanto gozar é amoral?”. Ela aprendeu rápido.

Depois da foda, costumávamos ficar horas e horas na cama, fumando nosso cigarro, discutindo aquela baboseira toda de Rousseau, que insistia em dizer que o homem é naturalmente bom, é a organização social que o corrompe. Eram debates apaixonados. Eu, contra. Ela, a favor. Essa filosofia foi a forma que a coitadinha encontrou para substituir a religião. Decidi deixar para lá e passei a concordar com tudo. De qualquer forma, ela jamais seria uma niilista convicta.

Seguimos rumos diferentes. Hoje, ela é uma renomada teóloga. Eu virei puta mesmo. E gosto muito. Garanto prazer a todos os meus clientes. Os que me proporcionam orgasmos múltiplos deixo sair sem pagar. Assim o sexo fica mais gostoso. Um querendo dar prazer ao outro, nada daquela coisa fria e mecânica, do tipo “mete essa pica dura aqui e vai embora”. Atendo homens, mulheres, promovo festinhas, faço sexo grupal. Se você ficar interessado, pode me procurar. Só que cobro caro. Apesar de ser bom, isso aqui é um negócio. Ramo do entretenimento. Como disse, tenho espírito empreendedor. Preciso sustentar minha cobertura no Catete, atual residência e também ponto de trabalho. Sou uma puta que ganha dinheiro.

21 de abr. de 2011

A busca


Ao longo da medíocre existência, derramou copos e mais copos de bebida, na esperança de se afogar em emoção qualquer. Se entorpecer a ponto de criar distância da inércia em que sempre viveu.

Sorriu e chorou muito. Mas quando percebeu que fez muito pouco, o pouco teimou em corroer o nada que dá razão à sua embriaguez.

Foi quando os copos e mais copos não mais adiantaram e decidiu buscar refúgio nela mesma. Mesmo as almas mais perturbadas precisam de uma pouco de paz e silêncio de vez em quando.

Mas o silêncio atenuou a solidão que sempre ressentiu. Ressentida com o barulho que por tanto tempo confortou seus ouvidos, mas nunca expressou qualquer som que para ela tivesse real sentido.

Apenas ocultaram os gritos surdos que nem mesmo ela percebia dar. Não percebia. Até agora.

Tudo sempre tão igual. Tão superficial. De concreto somente lágrimas que escorrem de seus olhos, que choram por não terem do quê chorar.

20 de abr. de 2011

Espelho





Sou e não sou
o oposto de mim mesma
uma mentira que se reinventa
sempre convertida em verdade

Sou a verdade

Sou a fraude mais verdadeira
a mais crua, a mais pura
o engano que esqueceu de enganar
a certeza que perdeu a razão

Sou o fruto do que deveria ser e não é
o resultado de uma equação infinita
tão indefinida, indecifrável, ilimitada
que do tudo que sou, não percebo nada em mim

Não enxergo referências
minhas crenças são tão minhas que se isolam
desse mundo tão mais falso do que eu
que me transforma na diferença que não se importa em ser julgada

Talvez eu acredite que não finja fingir me enganar
nos muitos eus que já nem sei
nas minhas verdades desencontradas
que já tanto escondi e revelei

Eu não minto
não sei ser outra coisa
além desse ser inconstante que é o que não é
que se perde entre máscaras criadas ou imaginadas...

Que não permitem que eu enxergue meu reflexo no espelho

17 de abr. de 2011

Uma esquete familiar




Ao teatro com amor,


 Cenário: Um cenário mesmo, montado para um filme russo. Uma mãe máscula está na janela suja fumando um cubano.  Uma filha indefesa está do outro lado do palco, em pé, esperando uma ordem que dê algum sentido a sua vida monótona.


-Mamãe posso ir?

-Pode.

-Quantos passos?

-4 de quatro.

-De quatro mamãe?

-É, de quatro.

Ato 1: A menina se torna quadrúpede no ato lúdico da brincanagem.
 
Ato 2: A mãe de calça bag, chapéu e charuto na boca dá um tapinha na bundinha da filha.

-Filhinha.

-Oi mainha.

-Vou passar uma manteiguinha na sua cona linda.

-Manteiguinha mamãe?

-É môzinho, pra entrar bonitinho.

-Entrar o quê mainha?

-A pica d’ouro de mamãe, reluzente como o sol da meia noite.

-Meia noite não tem sol mamãe.

-É docinho, não tem sol, mas tem pirocona.

(Efeito sonoro: badaladas da meia noite ecoando)

-Mamãe, sabe... Imagino minha vida repleta de filosofias existencialistas, baseadas nas convenções astronômicas do Iluminismo. Também gosto das ideias niilistas, e das coisas que o Tarkovsky debate em seus filmes...e...

-O quê filhinha? Deixe isso para os caretas hodiernos pseudo intelectualizados.  Filha minha é puta, tem que saber é dar cu e cona. Não te quero lendo e nem vendo esses lixos.

-Mamãe.

-O que foi, raio de sol?

-Eu não sou feliz, tenho pensamentos suicidas, me acho solitária e apática. Será que tenho salvação? Devo tirar minha pobre vida de circuito e dar paz ao meu espírito?

-Ai, ai, florzinha, senta aqui no colinho da mamãe.

Ato 3: A menina senta arreganhada no colo da mãe que tira o pau roliço e espesso para fora .

- Alisa ele docinho. Pede que ele te dá a luz para o caminho da paz. 

(parte poética: cai do alto umas pirocas em isopor de mãos beijadas, na platéia).
  
Óh Mãezinha, como pôde até agora de sua pica  me poupar? Me faz sentir o que freud tentava explicar!?

Óh rebento do meu âmago. Doce cona eu te dei e provarei. Trarei à tona tua entranha, que eu muito bulinei.

Ato 4: A mãe introduz o falo na filha que projeta um ruído gutural para cima da platéia que se masturba em coro, pedindo a paz mundial. Todos gozam.

Fim.


Sacanagem no Bus Stop

Nosso blog está fazendo tanto sucesso, que algumas leitoras andam enviando para nosso e-mail mulheresqbebem@gmail.com suas peripécias sexuais, na esperança de seus 15 minutos de alguma pouca fama. A história que vou narrar agora foi enviada por uma jovem muito sapeca, que de início, teve a audácia de dizer que o peculiar episódio havia ocorrido com uma amiga dela. Gatinha, relaxe e se assuma. Porém, como agora esta rapariga está namorando, chegamos ao consenso de que sua identidade deveria ser preservada, para a preservação do relacionamento, é claro. Nem todo mundo entende que todos temos passado. Os textos entre parênteses e em itálico são pequenas observações minhas, sobre o feito notável da moçoila.

Então, vou contar a história. Aconteceu com uma amiga minha... para não dizer que aconteceu com minha pessoa (cara de pau). Há muitos anos, e bota anos nisso, (Está com vergonha de dizer que foi em um dia desses, né? sei...), eu estava trabalhando em um mercado vendendo celulares, quando do nada surge um espetáculo de olhos azuis, enorme. Quando eu ví aquilo, quer dizer, minha amiga viu aquilo, deu uma AFLICETA de 500 virgens na piriquita dela (ehehehe Essa observação foi muito boa). Fiz o atendimento igual uma tarada, querendo tirar a roupa e dar para o pobre homem, que só queria a informação de como adquirir um celular da ATL, atual CLARO (Medo dela).

Pois bem, logo descobri que o cara era militar da aeronáutica e estava no Rio, melhor de tudo, SOLTEIRO. Após horas de conversa, vendi o celular. E muito espertamente, fiz o teste do meu aparelho para o dele, para registar o meu número de telefone na agenda dele (Boa, garota. Muito boa jogada). Ao finalizar a venda, educadamente falei que se ele quisesse eu o levaria para conhecer alguns lugares. Claro que eu queria mostrar que o Rio de Janeiro continua lindo.

Na quinta à noite recebo uma ligação (faz tanto tempo que ela lembra o exato dia da semana... sei... pilantra) e sou convidada para ir a um churrasco na sexta. Mas não era apenas um churrasco, era um churrasco no quartel com um monte de cara gostoso (Perdoem o preconceito. Mas aposto que eram todos um bando de retardados). Na época eu não pegava ninguém, mas tinha muito fogo na pepeca (Danadona). Claro que eu aceitei, já estava com meus 20 anos e pobre de mim, só tinha dado uma trepada aos 18, que foi uma catástrofe da natureza (Mas que merda, hein?). Então fui toda me querendo doar ao gosto dos olhos azuis.

O evento correndo às mil maravilhas, mas nada parecia dar certo. Aí bate o complexo de ser feia e magra, ter o cabelo duro e um pezão pior ainda. Eu me sentia a rejeitada do evento, pois as grandonas saradas eram o foco do negócio (Patético...patético) . Decidi voltar para casa e pedi ao rapaz a gentileza de me levar ao ponto de ônibus. Eis que tudo muda.Vamos trabalhar o foco da trepada sem compromisso, o resto que se foda, eu queria dar e fim de papo (Muito boooooom!)

Enquanto isso, na estação...

Com todas as minhas investidas, consegui dar umas bitocas no tal gostoso. Por fim, começa o maior papo de putaria, com direito à ralação em um muro todo chapiscado, em plena 17hs, na área militar, em frente a estação do trem, com um monte de gente saindo do trabalho (Sua piranha! Piranhaaaaaaaaa!). Mas tudo bem, tudo por uma sacanagem (Sou sua fã).

Eis que do nosso lado havia um buraco enorme no muro... claro que eu dei a seguinte ideia: “Vamos ficar ali dentro. Ninguém vai nos ver”, enquanto a pepeca gritava de felicidade na ralação (Mulher de atitude). A calça jeans desceu perna abaixo de ambos, aí, nega, foi alí mesmo, com muita emoção e vários gritos, porque sempre passava o trem cheio que fazia o maior barulho. O negócio foi colar a cara no ombro do bofe e realizar a tara pelo cara. E depois da satisfação realizada, me senti super leve. Mais uma prova de que mulheres pensam igual aos homens (Exatamente, cara amiga, mas infelizmente, são pudicas demais para admitir tal coisa em um mundo tão machista quanto o nosso).

Nunca contei essa história na íntegra para ninguém (Estamos muito lisonjeadas, querida companheira), estou passando mal de rir aqui, sozinha. Eu era feia para caralho e me senti a fodona por ter pegado um gostosão (Não permita que a aparência física subestime seu potêncial, minha cara). Deve ter sido por isso que eu estiquei os cabelos e malhei igual uma corna. Hoje, ver as fotos do passado me dá até medo. (Gata, Mesmo sendo um ser fútil e patologicamente consumista, preciso dizer. Não se prenda tanto assim às aparências. Apesar do seu feito ter sido notável). Se quiserem mais histórias, tenho muitas outras para contar... mas é claro que nunca sou eu, é sempre uma amiga minha (Vamos querer sempre, sua pseudo-vagabunda-enrustida).

16 de abr. de 2011

Bebo

se eu bebo
se eu berro
e revelo meu íntimo em sorrisos largos
você me olha atravessado
com medo do que sou

quando você me teme
e nega
suas palavras se perdem com o vento
quando olhos demonstram indignação
com a perfeição que não tento ser

se eu te choco
te intimido
não finja que não se importa
nem crie esperança
de domesticar bicho crescido

então sozinha me entrego
a quem possa interessar
mas não posso pertencer
se todo o mundo me pertence

se na ânsia de tudo ter (mesmo sem ter nada)
me condeno a ser só
amargo e justo preço pago
pelo meu conceito errado de liberdade

mas não me privo do direito de amar
de me entregar de qualquer jeito
a tudo
a todos
a qualquer coisa

do jeito que eu quiser

12 de abr. de 2011

hilda hist na cabeceira





a poetera mais deusa
de todos os templos 
dá o ar de graça


O que eu podia fazer com as mulheres além de foder? Quando eram cultas, simplesmente me enojavam. Não sei se alguns de vocês já foderam com mulher culta ou coisa que o valha. Olhares misteriosos, pequenas citações a cada instante, afagos desprezíveis de mãozinhas sabidas, intempestivos discursos sobre a transitoriedade dos prazeres, mas como adoram o dinheiro as cadelonas! Uma delas, trintona, Flora, advogada que tinha um rabo brancão e a pele lisa igual à baga de jaca, citava Lucrécio enquanto me afagava os culhões e encostava nas bochechas translúcidas a minha caceta: ó Crasso (até aí o texto é dela) e depois Lucrécio: "o homem que vê claro lança de si os negócios e procura antes de tudo compreender a natureza das coisas". A natureza da própria pomba ela compreendia muito bem. Queria umas três vezes por noite o meu pau rombudo lá dentro. E antes desse meu esforço queria também a minha pobre língua se adentrando frenética naquela caverna vermelhona e úmida. Empapava os lençóis. Era preciso enxugá-la com uma bela toalha felpuda antes de meter na dita cuja. Na hora do gozo ria.
      isso não é normal Flora.
      bobinho! Isso é vida, alegria, o amor é alegre, Crassinho.

Um trecho de Contos D'Escárnio Textos Grotescos

Hilda Hist - 1990

10 de abr. de 2011

Boneca

Sou apenas uma boneca, dentro de uma caixa lacrada. Saio da embalagem apenas para enfeitar a cama, deixar o quarto mais bonito. Tudo em mim é de plástico. Todas as meninas querem brincar comigo. Se minha tinta desbotasse, meu olho caísse, minha perna sumisse... será que as crianças ainda gostariam de mim? Sou apenas uma boneca de plástico presa em um caixa, que tem como única função enfeitar o quarto. Meus sentimentos também deveriam ser de plástico? Não importa, sou apenas a merda de uma boneca. Podem olhar e brincar à vontade.

9 de abr. de 2011

Com mamãe no Sex Shop

Senhora minha mãe é um ser doce, uma clássica senhora-de-família-ungida-de-pureza. É um anjo de candura. Não sei como me tornei o ser estragado que sou, sob os cuidados de uma santa como ela. Não obstante o carinho o qual essa abençoada mulher dedicou a mim toda sua vida, depois de crescida, resolvi revelar à senhora minha mãe esse mundo mundano o qual habitamos.

Estávamos batendo nosso habitual papo saudável, quando informei que minha querida e amada amiga que vai casar no final do mês, fará um chá de lingerie. Como eu acho calcinha e sutiã algo muito over - sou dessas sapecas que gostam de inovar -, comuniquei que iria a um sex shop comprar algo mais ousado. Timidamente, ela disse que tinha curiosidade de conhecer tal recinto, posto que nunca havia adentrado em singular estabelecimento. Na mesma hora decidi: ela iria comigo.

A rapariga que eu citei no post anterior – aquela que me aconselhou a pomadinha que deixa a pepeca novinha em folha e que é especialista na arte de dar o botão - disse que havia um ponto de vendas de produtos-da-consumação-da-paixão muito bom, em um dos mais tradicionais bairros carioca: Madureira City. Eis que fui com senhora-santa-minha-mãe fazer compras de assessórios para o sexo alternativo, em um bairro popular do Rio de Janeiro.

Para início de conversa, senhora minha mãe ficou morrendo de vergonha de entrar. Eu mandei logo um “mãe, me poupe, entra”. Meti o pé e ela veio atrás, toda encabulada. Mas vocês tinham que ver a cara da pobre coitada quando entrou. Ficou chocada com as imagens explícitas de fudelancia total, sejam anais, vaginais, penianas ou animais, reveladas de todos os ângulos possíveis. “Mãe, você achou que iria encontrar o quê aqui? Imagens penduradas de santinhos?”

Papo de cumadres

Pois estava eu me escangalhando de rir com as coisas bizarras que eu encontrava lá dentro. Fiquei, por exemplo, imaginando como seria a copulada com um rapaz que usasse uma sensual cueca com uma tromba de elefante, onde a tromba seria, é claro, seu robusto falo protuberante. Bom, bom, boooom demais.

Até que senhora minha mãe começou a me puxar e falar baixinho “Vamos logo, minha filha, não quero ficar mais aqui não”. “Ah não, mãe, agora você vai esperar! Não queria conhecer? Então agora espera!”.

Mas o melhor de tudo foi a cara que ela fez mediante meu discreto diálogo com o vendedor, um jovem rapaz de trejeitos afeminados, muito simpático por sinal. “Uma amiga minha vai casar, quero dar uma coisa legal. O que você recomenda?” “Tem uma pomada muito boa para o sexo anal aqui” “Sério??? Ela tá doida pra dar o botão, mas nunca deu porque diz que dói muito! É essa aí mesma que eu vou dar!” (para quem não lembra, já até fiz um post sobre ela, que quer porque quer liberar as pregas anais para o noivo e prometeu realizar tal façanha durante a lua de mel).

Mas voltando ao diálogo. Quando minha mãe ouviu essa minha delicada e sutil observação, só faltou enfiar a cabeça debaixo da terra, coitada. “Mas menina, como você diz uma coisa dessas?”, falou toda enrubescida. Agora imagina a cara que ela ia ficar se eu tivesse dito que ia comprar alguma coisa para mim? Preferi poupar minha santa mãezinha de tal experiência constrangedora - para ela, é claro, porque eu não estaria me importando muito com isso - e resolvi deixar para fazer aquisições pessoais em outra oportunidade. Ela não merecia presenciar tal cena.

O melhor foi chegar em nosso humilde lar e contar a experiência para o senhor meu pai, que diferente de minha santa mãe, é um belo de um sem-vergonha-fanfarrão. Ele começou a rir e disse que vai acompanhar sua virginal esposa em uma excursão ao sex shop, para que os dois possam comprar algo divertido em comum acordo... papai, passo mal de rir só de lembrar a cara que a coitada fez, de tanta vergonha que ficou. Roxa total. Aliás, se ela sequer imaginar que eu divulgo esse tipo de informação para apreciação pública, eu juro que ela tem um troço.

Agora, digam-me uma coisa, queridos leitores. Como é que uma pessoa dessas pode ter criado um ser tão descarado como eu? Coisas que a psicologia, antropologia, sociologia e afins jamais explicarão. Vai ver que é por isso que, apesar de ser uma moça descolada, eu tenho sérios problemas em sair distribuindo a ximbica por aí. Resquícios maternos.

5 de abr. de 2011

Subterfúgios da paixão

Confesso que minha ungida mente-pseudo-intelectual sente falta de escrever algo mais sério, robusto. Uma abordagem filosófica, uma observação política, uma avaliação sobre algum trabalho artístico. Por isso, hoje resolvi fazer uma análise social, utilizando fundamentos antropológicos empregados nos estudos de Lévi-Strauss (nossa, como eu amo), sobre as relações-concomitantes-interdependentes-do-coito-vaginal-penianico. É isso mesmo. Para variar um pouco, hoy, yo voy hablar de SEQUIÇU. Melhor ainda, vou falar das peripécias que essas pepecas em chamas andam aprontando por aí, para apimentar o ato que culmina na manifestação do ato físico do amor: a fudelância total.

Eis que conversando com uma chica muy entendida nas artimanhas da paixão – entre elas a de liberar as pregas anais, porque a danadinha sabe dar o botão como ninguém -, descobri que existe uma tal de uma pastinha que tem como objetivo restabelecer certas cavidades outrora apertadas. Ou seja, se a sua flor está mais para um galhinho murcho e flácido, do que para pujantes e vigorosas pétalas cintilantes, nem tudo está perdido. Passa o creme milagroso, que de larga você passa para fechadinha. É isso mesmo, uma passadinha basta para dar uma acolchetada na vagina.

Mas será que é só comigo?

Pois veja bem, eis que fui compartilhar essa preciosa informação com minhas dulcíssimas amigas, todas de ares virginais, e percebi que as donzelas ficaram alvoroçadas com a possibilidade de contrair as paredes que enlaçam e envolvem a ximbica. E chegamos aqui ao ponto alto desse post. Preciso admitir, bateu invejinha branca. Porque, sejamos lógicos. Se a xaninha delas está arregaçada, acredito eu que seja por excesso de uso. Logo, para elas seria interessante dar uma atochada no buraquinho vaginal.

Mas eu, eeeeeeeeeeeeeeeu, pobre mortal, que quase não usufruo dos prazeres carnais, que quase não utilizo este buraco que guardo entre as pernas (para minha total, mas total infelicidade), vou querer passar esta porra para apertar o quê, oh, forças da natureza? O quê, o quêeeeeeeeeeeee??? Só de pensar em untar os pequenos lábios frontais com um troço desses, me dá calafrios na perseguita. Imagina praticar uma fornicação flamejante com a sapita fazendo beiço apertado? Definitivamente, não dá.

Porém, ainda não desisti da tentativa de incrementar a copulada peniano-vaginal. Logo, gostaria de algumas dicas de meninas mais experientes do que eu. Já fiquei sabendo que aquela tal de bolota com oleozinho não é recomendada pelos ginecologistas, portanto, não me mandem enfiar objetos estranhos na flor que eu cuido e rego com tanto carinho. Já basta eu ter me empolgado em uma de minhas últimas atividades sexuais, quicando desordenadamente igual uma perereca no cio, o que resultou em uma leve perfurada no útero, seguida de pequeno sangramento pós-coito e cólicas sofridas. Não, não quero mais isso, preciso cuidar de minha saúde.

Enfim, aguardo sugestões ou até mesmo narrativas de fatos curiosos. Só me poupem os casos de zoofilia ou atividades de cunho escatológico. Fora isso, tá valendo. Afinal, todo mundo gosta de uma sacanagenzinha na hora do amor, não é não?